Produção de veículos cresce no semestre, mas fábricas reduzem ritmo em junho

Para as montadoras, exportações e vendas de leves sustentaram os volumes nas linhas instaladas no país.

A produção de veículos realizada no país no primeiro semestre cresceu 7,8% na comparação com o volume produzido no mesmo período no ano passado, somando 1,22 milhão de unidades.

Esse aumento, no entanto, contrasta com um momento de desaceleração nas fábricas registrado nos últimos dois meses em todos os setores.

A produção total de junho chegou a 200,7 mil unidades, volume 6,5% menor do que o visto em maio. Que, por sua vez, também tinha sido menor do que o registrado em abril. Na comparação com junho do ano passado, houve queda de 5%.

Igor Calvet, presidente da Anfavea, disse na terça-feira, 7, que a produção atual de veículos leves, a qual cresceu 8% no primeiro semestre, é sustentada pelas demandas por veículos brasileiros na Argentina, principal destino das exportações no período.

Por outro lado, puxam para baixo os números de produção nos últimos meses, ainda segundo Calvet, a redução das vendas no varejo (10% a menos), no caso dos leves, e as vendas menores de caminhões.

Queda de produção na série histórica

Calvet mencionou, ainda, que entre 2011 – quando o setor automotivo produziu no país mais de 3,4 milhões de unidades – e 2025, houve perda de 35% da produção de veículos no país, o que indicaria um processo de retração da atividade produtiva.

Os dados da própria Anfavea mostram que a produção de veículos realizada no primeiro semestre daquele ano chegou a 1,69 milhão de unidades. Um volume, portanto, maior do que o visto no acumulado dos seis meses deste ano.

Vale ressaltar que, naquela época de produção e vendas recorde, o mercado doméstico era muito diferente do atual: facilidade de crédito, manutenção de incentivos fiscais como a redução do IPI para veículos, e o aumento da renda da população.

O que havia de similaridade entre os períodos era a ofensiva dos importados.

Naquele momento, a chegada de uma grande leva de modelos chineses e coreanos provocou forte desconforto entre as montadoras locais e o governo. Em resposta a isso, criou o Inovar Auto, que estimulava a produção local de veículos.

Hoje, essas mesmas montadoras locais exercem uma certa pressão para que o fabricante nacional não tenha a sua competitividade ferida no país.

A pressão se dá por meio dos incessantes pedidos para que a alíquota máxima do imposto de importação seja reestabelecida prontamente, e não na escala criada pelo governo.

Também se dá na luta política que hoje está sendo travada contra redução do imposto que incide sobre a produção SKD/CKD no país. Alega-se que as montadoras chinesas com fábrica por aqui estariam militando em Brasília (DF) a favor desse pleito.

Para a Anfavea, os mais de R$ 130 bilhões em investimento anunciados na esteira do Programa Mover ainda estão mantidos pelas fabricantes no país, apesar desse cenário.

Fé nas exportações para a Argentina

Por outro lado, é evidente o desconforto que o avanço dos importados causa nas montadoras instaladas aqui, dadas as repetidas vezes em que a Anfavea passou a divulgar dados referentes ao aumento das vendas de veículos importados no mercado nacional.

Tem também o grifo recorrente que a entidade faz acerca de como isso pode já se refletir no ritmo das linhas de produção instaladas no país.

“Para compensar [as perdas de produção] deveremos ter um segundo semestre mais forte para atingir as metas projetadas para o ano”, disse o presidente da Anfavea, Igor Calvet.

As exportações maiores para a Argentina, e as tradicionais promoções de fim de ano no varejo, podem dar a tração necessária.

Fonte: Automotive Business

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