Locação de veículos está em alta no Brasil

Apesar da restrição de oferta no País, as locadoras emplacaram 441,8 mil carros, contra 360 mil em 2020; para este ano, a estimativa é emplacar em torno de 400 mil unidades.

O faturamento bruto do setor de locação de veículos, no Brasil, cresceu 33,5% em 2021, e Minas Gerais apresentou resultados equivalentes e foi um dos principais responsáveis pela alta, uma vez que o Estado concentra a maior parte e as maiores locadoras do País. Para 2022, as estimativas são positivas e a tendência é de que o setor apresente nova alta de dois dígitos. 

De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) e vice-presidente do Sindicato das Empresas Locadoras de Automóveis do Estado de Minas Gerais (Sindloc-MG), Marco Aurélio Nazaré, 2021 foi positivo para o setor no País e também no Estado.

“O faturamento bruto do segmento, que tem no Brasil 13.903 locadoras ativas, deu um salto de 33,5% no ano passado e chegou ao recorde de R$ 23,5 bilhões. Em Minas, o resultado também foi muito positivo, inclusive, acredito que está à frente, porque o Estado tem cerca de 68,8% da frota de locadoras licenciada do Brasil. Esta participação mostrou um pequeno retrocesso, já que Minas tinha acima de 70% do total de locadoras. Isso  está acontecendo em função da agressividade dos demais estados em estarem buscando espaço, o que é natural”, explicou.

Nazaré destaca que o número de locadoras no Estado também cresceu significativamente em 2021. “O número de locadoras sem motoristas cresceu 38% em 2021. Nós tínhamos em 2020 um total de 1.296 locadoras sem motorista, passando para 1.789 em 2021. Considerando as locadoras com motorista, tínhamos 1.439 e fechamos 2021 em 2.002, alta de 39%”. 

A elevação no número de aberturas, segundo o representante da Abla, se deve à oportunidade de mercado. “Apesar da dificuldade de fornecimento de carros das montadoras para as locadoras, o que vem acontecendo é que a alta está basicamente em participação maior das micro, pequenas e médias empresas. Estas micro empresas compram os carros seminovos vendidos pelas  locadoras maiores, ou no mercado, ou em concessionárias. E utilizam estes carros em contratos de aplicativos e de assinaturas”, disse. 

Mercado aquecido

O representante do Sindloc-MG explica ainda que a demanda pelos carros alugados é crescente e a tendência é de mercado aquecido. Isso porque os consumidores têm feito as contas e percebido que alugar um carro pode ser mais vantajoso. 

“Hoje, a compra de um carro tem prestações extremamente altas, com um custo de capital alto pelos juros elevados. O mercado faz as contas e vê que é melhor usar um de aluguel e aplicar o capital em outros ativos que podem gerar lucro e não depreciação como os veículos. Além disso, hoje também é comum a locação compartilhada, onde é possível colocar um maior número de usuários e fazer a divisão entre a família. Isso fica mais barato e ao mesmo tempo fazemos negócios. As micro e pequenas empresas estão entrando nisso”.

Em 2021, um dos desafios enfrentados pelo setor foi a renovação e ampliação da frota. Com as montadoras enfrentando o desabastecimento de insumos, as entregas ficaram menores que a demanda do setor e a frota mais velha.

“A idade média da frota em 2020 era de 19,6 meses e passou para 27,4 meses em 2021. Isso aconteceu porque não tivemos número de carros suficientes entregues pelas montadoras. Sem atender nossa demanda, tivemos que segurar os carros”, explicou.

Mesmo com a restrição de oferta no País, as locadoras emplacaram 441,8 mil carros, contra 360 mil em 2020. Em 2022, a estimativa é emplacar em torno de 400 mil. Para regularizar os estoques e avançar com o processo de renovação de frota seriam necessários em torno de 700 mil veículos.

“Temos grandes desafios para 2022, entre eles, o fornecimento do nosso principal produto por parte das montadoras. Entendemos que em 2022 teremos aproximadamente 400 mil carros para atender o setor, mas temos uma demanda que supera 700 mil carros para repor, renovar e fazer a ampliação necessária”.

Outro problema do setor é o aumento do custo de capital. Com a frota mais velha, a demanda por capital para trocar pelo carro mais novo ficou mais cara.

Expectativas

Mesmo com as dificuldades, a tendência é crescer dois dígitos em 2022. “Projetamos um crescimento acima de dois dígitos para o setor no Brasil, e Minas Gerais vai acompanhar, principalmente, pelas duas maiores empresas do setor serem do Estado e vão puxar o mercado. Minas deve ficar à frente dos demais estados”, avaliou.

Nazaré ressalta ainda a importância do Estado de Minas Gerais estar atento aos 68,8% da frota licenciada do setor concentrada aqui.

“O Estado precisa estar atento para que não percamos este espaço. Se considerarmos somente os impostos sobre a compra dos veículos pelas locadoras, cerca de R$ 11 bilhões ao ano, Minas Gerais terá a maior participação com os licenciamentos, detendo cerca de R$ 7,5 bilhões. Se Minas perde o licenciamento destes carros para outros estados, perde muito mais que este valor. Alterar alíquotas de IPVA, por exemplo, pode reduzir a receita porque as locadoras vão licenciar em outros estados, que mantêm as alíquotas e querem atrair as empresas do setor”.

Fonte: Diário do Comércio

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