Especialistas dão dicas sobre a cobertura e descrevem o que pode ser cortado para reduzir o preço. Mas cuidado, pois o barato pode sair caro.
Você já ficou com pulga atrás da orelha ao receber uma cotação de adesão ou renovação do seguro automotivo? Existem formas de descobrir se está pagando um valor elevado e arrumar um desconto? Por que o seu vizinho pode pagar menos pelo seguro se vocês moram no mesmo condomínio?
Consultamos especialistas do setor para esclarecer como a cotação do seguro é feita, qual é a importância de cada detalhe na hora da adesão e como buscar alternativas para reduzir o preço final da apólice. Acompanhe e tire suas dúvidas:
Todas as seguradoras se baseiam em estatísticas e dados para chegar ao valor final do seguro.
Segundo João Fernando Cuco, coordenador de preços da Youse, o valor do seguro tem caráter individual para cada motorista. “O preço do veículo, a região de circulação e até o comportamento do segurado são alguns dos fatores que impactam diretamente no valor da apólice”, esclarece o executivo.
Manes Erlichman, vice-presidente da Minuto Seguros, diz que as apólices não fazem juízo de valor e que os preços são definidos por questões estatísticas. “Motoristas jovens são mais imprudentes e costumam se envolver em batidas. Quando saem à noite, estacionam o carro na rua, onde ele estará mais vulnerável”, diz.
“Mulheres se envolvem em menos acidentes, e quando acontecem, costumam ser batidas mais leves e fáceis de reparar. Por isso pagam menos no seguro do que homens. Essas questões são estatísticas, baseadas em dados.”, afirma Erlichman.
A maioria dos planos de seguro do mercado oferecem a cobertura compreensiva, que suportam roubos, furtos, colisões, capotamentos e desastres naturais. Isso inclui enchentes e inundações, como as que aconteceram no Litoral Norte de São Paulo em fevereiro. Mas segundo os especialistas da área, o que mais interfere no valor do seguro são as subtrações e as batidas.
Estudar a apólice é uma das alternativas pra identificar o que pode ser cortado.
O valor da apólice pode apresentar variações de um ano para o outro, mas segundo os especialistas, trata-se de um comportamento normal de mercado, “Uma boa medida para saber se o seguro está caro é a chamada Taxa Comercial. Isto é, o preço do seguro sobre o valor do carro. Quando acontece uma renovação, por exemplo, o valor do seguro pode aumentar, mas porque talvez o valor do carro tenha aumentado”, diz João Fernando, da Youse.
O executivo também diz que modelos de luxo ou carros clássicos, que apresentam maior dificuldade de encontrar peças para troca e reposição no mercado, e veículos com altos índices de roubo também podem resultar em um valor mais alto.
Estudar a apólice com o corretor é uma forma de encontrar brechas para economizar, mas isso deve ser feito com cuidado. “O cliente pode reduzir a quilometragem do guincho, por exemplo. Mas se ele mora na região Centro-Oeste e faz muitas viagens, isso pode se voltar contra ele”, diz Erlichman.
“O mesmo se aplica ao carro reserva. Muitos motoristas têm mais de um carro ou preferem o deslocamento pelos aplicativos de carona”, afirma o executivo. “Se isso não for algo imprescindível para o cliente, o serviço pode ser removido da apólice”.
Uma das tentativas de diminuir o preço do seguro é reduzindo a quilometragem do guincho.
Alguns seguros automotivos também oferecem serviços residenciais que são dispensáveis. “Se o cliente julgar que a cobertura para eletrodomésticos não é necessária, ela pode ser removida do plano para reduzir o preço”, afirma.
Se o preço do seguro continuar alto, mesmo com a retirada dos serviços residenciais, do carro reserva e da quilometragem do guincho, o cliente pode buscar alternativas mais agressivas. “Os vidros do carro podem ser retirados da cobertura, mas o cliente terá que arcar com as avarias”, diz Erlichman.
Alguns planos permitem até que o motorista altere a apólice de seguro de acordo com a necessidade. “Oferecemos modalidades de seguro em que o cliente consegue fazer a gestão ativa da apólice, adicionando ou removendo coberturas e assistências que forem necessárias”, afirma João Fernando, da Youse.
Fonte: Auto Esporte