
Hábitos comuns, considerados positivos, podem acelerar o desgaste do carro, causar danos e prejuízos quando feitos em excesso ou sem orientação especializada. Descubra quais são.
A preocupação em conservar o carro, mantendo a aparência de novo e o funcionamento impecável, move milhões de proprietários de veículos em todo o Brasil.
Contudo, muitos hábitos considerados positivos podem gerar danos ao automóvel se forem praticados sem orientação adequada ou em excesso.
A adoção desses costumes, muitas vezes baseados em recomendações populares, pode comprometer peças e sistemas, levando a prejuízos inesperados.
Entre as práticas frequentemente adotadas está a lavagem do motor, que, em teoria, ajuda a remover sujeiras acumuladas e favorece a dissipação de calor.
No entanto, realizar a limpeza do motor sem conhecimento técnico pode trazer sérias consequências.
Se a água atingir componentes elétricos ou eletrônicos, como módulos de injeção, chicotes e sensores, o risco de pane elétrica e corrosão aumenta consideravelmente.
Além disso, a infiltração de água pode contaminar o óleo do motor, comprometendo sua lubrificação.
Especialistas recomendam optar pela lavagem a vapor ou a seco, métodos que minimizam o contato com água e reduzem os riscos de dano.
O procedimento só deve ser feito em oficinas especializadas e de confiança, nunca de forma caseira ou improvisada.
Outro costume disseminado é o de solicitar ao frentista que encha o tanque “até a boca”.
Muitos acreditam que, ao fazer isso, estão aproveitando ao máximo a capacidade do reservatório e evitando idas frequentes ao posto.
Porém, esse hábito pode danificar o cânister, um componente fundamental para controlar a emissão de vapores tóxicos do combustível.
O excesso de combustível pode saturar o sistema, resultando em falhas e, eventualmente, na necessidade de substituição da peça.
A recomendação dos fabricantes é clara: abasteça o veículo até o desligamento automático do bico, evitando qualquer complemento posterior.
Dessa forma, é possível proteger o cânister e garantir o funcionamento eficiente do sistema de evaporação.
Manter o brilho da lataria é objetivo de muitos motoristas, mas o polimento realizado em excesso pode causar desgaste precoce do verniz e da tinta.
Apesar de ser uma alternativa eficaz para eliminar pequenos riscos e revitalizar a pintura, o serviço precisa ser feito apenas quando necessário e sempre por profissionais capacitados.
O polimento frequente pode tornar a superfície da lataria mais frágil, facilitando o aparecimento de manchas, perda de brilho e até corrosão.
Para preservar a aparência do veículo, é suficiente realizar lavagens regulares e aplicar cera protetora periodicamente.
Dessa forma, evita-se o desgaste da camada de proteção e prolonga-se a durabilidade da pintura original.
A recomendação de limpar os bicos injetores aparece com frequência em revisões automotivas, sob a promessa de melhorar o desempenho e o consumo do carro.
No entanto, a limpeza só é indicada em casos específicos, como falhas de funcionamento, aumento de consumo ou dificuldade para ligar o veículo.
Fazer esse procedimento de forma preventiva, sem necessidade comprovada, pode causar danos ao sistema de injeção, já que produtos químicos podem desgastar componentes internos.
Segundo orientações técnicas e dos próprios fabricantes, a melhor forma de evitar entupimentos é utilizar combustível de boa qualidade e respeitar o cronograma de manutenção do manual do proprietário.
A prática de realizar a limpeza sem indicação pode ser mais prejudicial do que benéfica para o carro.
O hábito de abastecer sempre com combustível aditivado, mesmo em postos de confiança, deve ser avaliado com cautela.
Embora o aditivo prometa manter o sistema de alimentação limpo e otimizar o desempenho, há relatos de estabelecimentos que comercializam combustíveis comuns como se fossem aditivados, sem garantia da presença efetiva dos aditivos.
Especialistas orientam que, caso o motorista queira utilizar aditivos, o ideal é comprar o produto de fabricantes reconhecidos e adicionar por conta própria, conforme indicação do manual.
Veículos mais modernos, inclusive, não exigem uso contínuo de aditivos, já que contam com tecnologias de injeção eletrônica avançadas.
A utilização indiscriminada pode não trazer os benefícios esperados e, em certos casos, prejudicar componentes do sistema de alimentação.
A descarbonização do motor, frequentemente apresentada como solução para eliminar resíduos e melhorar o desempenho, deve ser realizada apenas após diagnóstico técnico.
O uso indiscriminado de produtos químicos pode provocar danos em peças sensíveis, como anéis, bronzinas e válvulas, elevando os custos de manutenção.
Em motores modernos, a limpeza profunda só é indicada diante de sintomas claros de carbonização, como perda de potência ou aumento do consumo de combustível.
Caso necessário, o procedimento deve ser feito por profissionais qualificados e, muitas vezes, exige desmontagem parcial do motor para garantir eficácia e segurança.
O acompanhamento de um mecânico de confiança é essencial para evitar prejuízos.
Cuidados e hábitos: o que realmente protege o seu carro?
A busca pela conservação e valorização do veículo leva muitos motoristas a adotar práticas baseadas em recomendações informais, sem respaldo técnico.
O excesso de zelo, longe de garantir a saúde do carro, pode acelerar o desgaste de componentes e resultar em reparos caros.
Segundo dados do IBGE, a frota nacional continua crescendo e, com ela, a importância de um cuidado qualificado.
O acompanhamento rigoroso do manual do proprietário, a consulta a profissionais especializados e o respeito às recomendações dos fabricantes são as melhores estratégias para evitar armadilhas.
Afinal, você já refletiu se os hábitos que mantém para cuidar do seu carro realmente ajudam ou, sem perceber, podem estar prejudicando seu veículo? Já enfrentou problemas por seguir dicas populares?
Fonte: Click Petróleo e Gás